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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dia Mundial de Combate ao Fumo: a conscientização precisa continuar





Você fuma? Se não fuma, provavelmente deve conhecer ou conviver com alguém que tem este hábito, não é verdade? Então, de alguma forma, você está exposto diariamente aos efeitos nocivos do tabaco. O assunto, apesar de ser delicado por envolver questões pessoais e comportamentais, deve ser discutido por se tratar também de uma importante questão de saúde pública. E nada mais oportuno do que falar sobre tabagismo durante a semana que se segue, em que é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Fumo (29 de agosto).

É fato que a dependência do cigarro é mais forte quanto mais cedo o hábito se inicia. Esse papo de “não vou me viciar, paro quando quiser”, na maioria das vezes, é pura enganação. Quando o adolescente percebe, já entrou no vício – e, posteriormente, pode até migrar para drogas mais fortes. A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, reconhece o tabagismo como uma doença pediátrica. Por isso, há um apelo do comércio e das indústrias para que o jovem ache que “fumar é legal”.

Mas a “glamourização” do cigarro, que décadas atrás invadiu o cinema e os comerciais de TV, vem perdendo força com as campanhas de conscientização dos malefícios do vício. E quem reforça esta afirmativa é o psiquiatra Carlos Salgado, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD). Confira abaixo a entrevista que o Conexão Aluno fez com o especialista:


Conexão Aluno: Muitos já estão cansados de saber, mas é sempre bom lembrar: quais são os principais efeitos do tabaco no nosso organismo?

Carlos Salgado: O tabaco produz irritação de toda a árvore respiratória, produzindo bronquite e eventualmente câncer pulmonar. A irritação dos pulmões produz escarro e facilita pneumonias, especialmente em idosos. Tinge os dentes, reduz a nutrição das gengivas, irrita o revestimento da boca e produz câncer. Mas a principal consequência é a dependência da nicotina. Estima-se que 60% ou mais dos que fumam por seis semanas, sem parar, estarão fumando nos próximos 10 anos.


Conexão Aluno: Os riscos são os mesmos para os adultos que se tornam fumantes e aqueles que começam a fumar ainda jovens?

Carlos Salgado: Não. O tabaco é mais agressivo para os jovens, produzindo dependência facilmente e abrindo as portas para álcool, maconha e outras drogas que produzem dependência. Um menino ou menina que fuma aos 13 anos multiplica por quatro ou cinco vezes sua chance de usar drogas ilícitas na vida adulta.


Conexão Aluno: Você acha que a “glamourização” em torno do cigarro tem diminuído nos últimos anos?

Carlos Salgado: O número de usuários de cigarro no Brasil caiu de 40% para 24% em razão da simpatia da comunidade para com medidas restritivas, como proibição de fumar em locais fechados. Falta cumprir a lei e multar quem vende cigarros a menores. Ademais, a imagem doentia do tabaco vem crescendo, desbancando o glamour.


Conexão Aluno: Mesmo com a intensa campanha de restrição ao fumo e as informações a que temos acesso hoje, por que vários adolescentes continuam a experimentar e a se viciar no tabaco? Como alertá-los sobre os perigos do fumo?

Carlos Salgado: Falta a presença paterna para impedir. Cabe aos pais o modelo de cuidado com a saúde dos jovens. Crianças sem supervisão dos pais têm chance muito maior de uso. Não basta instruir, é preciso monitorar e não subestimar nenhum uso.


Conexão Aluno: Qual é o papel da escola e dos professores na prevenção ao tabagismo?

Carlos Salgado: Pais devem associar-se, e não “entregar” a educação dos filhos. Professores devem ser treinados para incluir em todas as disciplinas a educação para a Saúde, que inclui evitar o uso de tabaco.


Conexão Aluno: Que atividades podem ajudar a afastar crianças e jovens desta droga?

Carlos Salgado: Atividades acadêmicas e voluntárias junto a pacientes que tentam parar de fumar são interessantes. Quando alunos de escolas participam de pesquisas de uso de tabaco e suas consequências entre pais, professores e outros alunos, eles desenvolvem maior resistência ao convite a usar tabaco. No caso de adolescentes que já fumam, os pais devem monitorar o abandono, pois quem fuma tem muitas chances de estar dependente do cigarro dez anos depois.



Fumo passivo

Entenda por que é importante conscientizar as pessoas sobre os problemas do tabagismo, mesmo que você não fume:

- O fumo passivo é a terceira causa de morte no mundo;

- Cerca de sete pessoas morrem por dia no Brasil por causa do fumo passivo;

- Em média, custa aos cofres públicos do Estado do Rio R$ 52,6 milhões anuais em tratamentos do infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e câncer de pulmão relacionados ao tabaco;

- O fumo passivo aumenta em 30% a chance de o não fumante ter câncer de pulmão;

- Crianças expostas ao fumo passivo apresentam 50% mais chances de desenvolverem doenças respiratórias;

- Cerca de 200 mil trabalhadores morrem por ano no mundo por conta do fumo passivo;

- Pessoas fumando em ambientes fechados, como bares e boates, incentivam jovens a iniciar o consumo.

Fonte: http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/
          

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