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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bullying e a omissão da escola


Uma cena de bullying gravada em vídeo se espalhou rapidamente pela internet no último mês e ganhou destaque na imprensa mundial. As imagens, registradas em uma escola australiana, mostram o momento em que Casey Heynes - aluno de 15 anos constantemente agredido pelos colegas - se rebela e parte para cima de um de seus agressores. Com o sucesso na rede, Heynes passou de vítima a herói. Alguns dias depois, os dois garotos eram entrevistados em programas de televisão, apresentando sua versão dos fatos.
No calor da repercussão e na maneira superficial como o tema foi tratado pelas emissoras, perguntas fundamentais ficaram sem resposta. Qual o papel da escola na história? O que levou o garoto à reação extrema? Há, de fato, algum herói? Para responder a essas e outras dúvidas, NOVA ESCOLA ouviu as pesquisadoras Adriana Ramos e Luciene Tognetta, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (GEPEM) da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As considerações das especialistas têm como objetivo mostrar a professores, gestores e pais quais ensinamentos podem ser tirados do fato e como usá-lo no combate - constante - ao bullying.
O papel da escola
Pelos comentários publicados na internet sobre o vídeo e pela própria maneira como as reportagens foram editadas, percebe-se que quase ninguém questionou o papel de professores e gestores da escola australiana. As especialistas da Unicamp explicam que, por ser um problema que ocorre entre os alunos, o bullying pode mesmo demorar para ser detectado. "Em muitos casos, quando pais e professores ficam sabendo, a criança já sofre há pelo menos dois anos", comenta Adriana Ramos.
Essa dificuldade, no entanto, não deve ser usada como desculpa para a escola se eximir de responsabilidade. No caso australiano, há fortes indícios de que professores e gestores foram omissos. "Não é possível que ninguém viu o menino passar por tanta humilhação", comenta Luciene Tognetta. Tudo leva a crer que a escola não tomou as atitudes necessárias nem antes nem depois de o problema aparecer.
A reação da diretoria ao saber da briga reforça essa suspeita. Ao saber do ocorrido, a escola optou por suspender os dois alunos. Com isso, deixou de lado todas as características do bullying e passou a lidar com o problema como se fosse uma briga comum - sem dar importância para as razões que levaram Heynes ao ato de violência. "Ao suspender os dois, a escola não evidencia que, por trás da violência, está o bullying, nem dá a eles a chance de refletir sobre a questão", diz Adriana.


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Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/caso-casey-heynes-bullying-omissao-escola-622917.shtml

terça-feira, 24 de maio de 2011

O desafio de ensinar a língua para todos

A polêmica sobre o "falar popular" revela a necessidade de dialogar com os alunos não familiarizados com a norma-padrão

Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.

 
É óbvio: o célebre poema O Capoeira, de Oswald de Andrade (1890-1954), está quase integralmente em desacordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa. Isso não impede, entretanto, que Pau Brasil, o livro de 1925 em que o texto está incluído, seja estudado nas escolas e frequente as listas de leitura obrigatória das mais concorridas universidades do país.
Do regionalismo de Jorge Amado à prosa contemporânea da literatura marginal, passando pelo modernismo de Mário de Andrade e Guimarães Rosa, refletir sobre as variedades populares da língua, típicas da fala, tem sido uma maneira eficaz de levar os alunos a compreender as formas de expressão de diferentes grupos sociais, a diversidade linguística de nosso país e a constatação de que a língua é dinâmica e se reinventa dia a dia.
A discussão, porém, tomou um caminho diferente no caso do livro Por Uma Vida Melhor, volume de Língua Portuguesa destinado às séries finais na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Um excerto do capítulo "Escrever É Diferente de Falar" foi entendido como uma defesa do "falar errado". Muitas pessoas expressaram o temor de que isso representasse uma tentativa de desqualificar o ensino das regras gramaticais e ortográficas que regem a Língua Portuguesa. De fato, não se pode discutir que o papel da escola é (e deve continuar sendo) ensinar a norma culta da língua.
Conhecer e dominar a comunicação segundo o padrão formal representa, sem dúvida, um caminho poderoso para a ascensão econômica e social de indivíduos e grupos. Acima de tudo, é uma das maneiras mais eficazes por meio das quais a escola realiza a inclusão social: permitir o acesso a jornais, revistas e livros é abrir as portas para todo o conhecimento científico e filosófico que a humanidade acumulou desde que a escrita foi inventada.
Mas, afinal, do ponto de vista da prática pedagógica, está correto contemplar nas aulas a reflexão sobre as variantes populares da língua? A resposta é sim. A questão ganhou relevância com a universalização do ensino nas três últimas décadas. Com a democratização do acesso à Educação, a escola passou a receber populações não familiarizadas com a norma-padrão. Nesse percurso, surgiu a tese de que falar "errado" representava um impedimento para aprender a escrever "certo". Pesquisas na área de didática mostraram exatamente o contrário: o contato com a norma culta da escrita impacta a oralidade. Ao escrever do jeito previsto pelas gramáticas, o aluno tende a incorporar à fala as estruturas e expressões que aprendeu.


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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Atenção Professores do Ensino Médio!

Escolha do Livro Didático



A partir da próxima segunda-feira, dia 23 de maio, os professores de Ensino Médio da rede pública estadual começam a registrar a escolha dos livros didáticos que deverão usar nos próximos três anos. O registro deve ser feito até 12 de junho, no site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação, determina que a seleção tenha como referência o Guia do Livro Didático, disponível no mesmo endereço, com orientações às equipes escolares e as descrições das obras.

Todas as escolas de Ensino Médio irão receber, pelos correios, a “Carta Amarela” do FNDE, contendo login e a senha de acesso ao sistema para registro da escolha dos livros. Durante o período de escolha, a escola deve zelar para que os representantes das editoras não interfiram na decisão dos professores, conforme prevê a Portaria Normativa nº 7, de 5 de abril de 2007. Os exemplares serão entregues aos alunos do Ensino Regular e EJA.

Cada estudante tem direito a um exemplar das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia. Com uma estrutura física resistente, o livro deve ser reutilizado por três anos consecutivos, beneficiando mais de um aluno nos anos seguintes. Pela primeira vez, serão distribuídos livros de Língua Estrangeira Moderna (Inglês e de Espanhol), Sociologia e Filosofia. No caso das obras de Sociologia e Filosofia, os professores escolherão um volume que contemple os conteúdos curriculares de todo o Ensino Médio. Diferentemente dos demais, esses livros não precisam ser devolvidos no fim do ano, assim como os de Língua Estrangeira Moderna.

O livro escolhido só poderá ser substituído por outro título no próximo PNLD, ou seja, daqui a três anos. As coleções que se encontram no Guia diferem entre si no grau de adesão aos critérios de qualidade e na forma como organizam as propostas didáticas, propiciando dinâmicas de trabalho diferenciadas. Para que a escolha reflita a realidade da escola e seja adequada ao currículo mínimo da disciplina (quando houver), o diretor escolar deve reunir sua equipe em grupos para a leitura e a discussão do Guia. Os grupos podem ser formados por disciplina ou por turno, por exemplo. Esses eventos serão registrados em uma ata assinada por todos os participantes. Conforme o PNLD, a escolha de uma obra para uma determinada disciplina vale para toda a escola.

“A escolha do livro deve ser encarada como um evento pedagógico da escola. Adotar um livro é usá-lo criticamente na vigência de três anos. Portanto, não façam escolhas individuais ou irrefletidas. Discutam exaustivamente e decidam como equipe. O livro é uma escolha da escola, com consequências de curto e médio prazo”, recomenda a coordenadora de Materiais Didáticos da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), Márcia Milena.


A participação dos professores é fundamental

Para muitos professores, o processo de escolha poderá parecer um limite arbitrário para sua autonomia profissional. Entretanto, se todos participarem da tomada de decisão, os benefícios dessa aparente limitação serão muitos. Em primeiro lugar, porque a discussão dos motivos que levam cada professor a preferir determinada obra contribui para a formação continuada de todos, na medida em que produz critérios e argumentos para um consenso. Em segundo lugar, porque o livro se torna referência para a organização prática do trabalho didático-pedagógico da disciplina.

“A partir de um recurso comum, alunos ou professores que mudam de turma ou de turno se situam com mais facilidade no andamento do curso. Por todos estes motivos, a escolha se torna um excelente meio para fortalecer o trabalho coletivo e colocar em prática o projeto pedagógico e curricular da escola”, conclui a coordenadora.


Clique aqui para saber como relacionar a escolha dos livros ao Currículo Mínimo.

Clique aqui para saber como funciona o PNLD.


Fonte: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especiais_indice.asp